Sempre (desde que me lembro) fui fã do 007. Lembro-me de
assistir pequena aos filmes da saga e amar o espião (que nunca me amou, snif).
Goldfinger é o primeiro filme que eu lembro de ter visto e gostado. Imagina
pintar as pessoas de ouro para elas pararem de respirar? Genial.
Acho Sean Connery o melhor James Bond de todos. Seguido por
Roger Moore e Pierce Brosnan (Mas aí acho que vou com a maioria, né?!). E amo o
fato do James Bond ser um espião charmoso, sexy e fatal. Ian Fleming narra o espião
mais famoso do mundo como um homem alto, moreno, de olhar penetrante, viril,
porte atlético e sedutor, com idade entre 33 e 40 anos e apreciador de vodka Martini
(batido, não mexido).
E aí vamos ao Daniel Craig que é baixo e loiro. Não acho que
preciso escrever mais nada. Não gostei da escolha dele, prefiro e muito o Clive
Owen para o papel. Ator britânico, moreno, alto (bonito e sensual...) e
sedutor. Mas não posso chorar, pois não é ele que está no papel (e pelo visto
nunca foi convidado, leia
aqui ).
Bom, assisti ao Cassino Royale com várias ressalvas e não é
que gostei? O filme é realmente muito bom, acho que por ser o primeiro escrito
por Fleming e por isso pudemos entender o motivo de o espião nunca confiar em
ninguém e visualizar as mulheres como simples objeto. E assim, aceitei Daniel
Craig.
Mas aí veio Quantum of Solace que é ruim. Não gostei do filme
(apesar de homenagear Goldfinger). Achei chato e arrisco dizer que foi o pior
da saga. Apesar de a trama ser de vingança (o que eu adoro) ou por causa da
trama ser de vingança, não acho que foi bom para o 007 esse filme.
Agora chegamos a Skyfall (que no Brasil foi traduzido como
Operação Skyfall, quando nunca tivemos essa operação, mas enfim...). Amei a
música da Adele e a abertura do filme é linda e me lembrou e muito os filmes
mais antigos da saga. Para mim, a última música marcante havia sido “The World
Is Not Enough” do Garbage (a última, mas não a única, hein?!) e a Adele veio
com a Skyfall que é linda e ficou perfeita na abertura.
***SPOILER ALERT***
No filme, há uma perseguição de motos em cima do telhado que
é muito boa e cria um clima de tensão muito bom. E 007 está mais loiro do que
nunca no inicio desse filme. Ele “morre” por 5 meses e ressurge após a MI6 ser
ameaçada por uma explosão, a M (vivida pela Judi Dench) ser ameaçada por um fantasma
do passado e o nome de espiões ser revelado no youtube.
Achei as tramas paralelas do filme muito chatas (no fim se
justificaram, mas não tive muita paciência) e uma discussão de “velho” e “novo”
bem interessante e que foram feitas por vários personagens em momentos
diferentes, mas atingiram mesmo somente um personagem especifico.
O vilão vivido por Javier Bardem é muito bom. Louco ao
extremo, com voz suave, expressões até um pouco femininas e super poderoso. Em
um momento de uma conversa tensa com o Bond, em que é insinuado até que Bond já
teve uma experiência homossexual (o que é totalmente compreensível), Silva
(Bardem) se mostra tão poderoso que poderia fazer o ataque que quisesse onde
quisesse e deixa até Bond escolher o que queria fazer. Silva explicou que era
um 00 e preferido da M na sua época até perceber que era apenas mais um agente
manipulável e se rebelou contra a MI6 e contra M, claro. O bizarro desse vilão
é uma deformação no rosto e a falta dos dentes de cima, que ele esconde com uma
dentadura muito bem feita.
A caracterização do personagem é uma coisa que me intrigou.
Pensei em dois motivos pra ele ser loiro, primeiro: fugir da associação ao personagem
de Onde Os Fracos Não Tem Vez e segundo (que eu acho mais provável e mais
legal): ser o mais parecido com Bond possível. Por sua loucura e obsessão pela
M, ele agora é loiro por que o Bond é loiro e é hoje o preferido da M.
Silva é capturado por uma bobagem de deixar o Bond armado e
logo que ele aparece preso na MI6 eu pensei: ele queria ser capturado (fiz uma
associação ao Coringa do excelente Cavaleiro das Trevas e pronto: ele também
queria ser capturado.). E aí eu achei que o filme perdeu a mão. Silva
obviamente foge e faz uma explosão no subterrâneo que faz um metrô cair quase
em cima de Bond (me lembrou Bane explodindo o campo de futebol do Cavaleiro das
Trevas Ressurge) e eu comecei a perder a graça do filme a partir do momento que
eu o associei ao Batman.
Bond sempre clássico, em uma perseguição no metrô, enquanto Silva
cai todo desajeitado, Bond cai de pé (o que acho ser uma das razões por que
amamos Bond). Mas Bond resolve atrair o vilão para ele e por isso, “sequestra”
M e a leva para Skyfall, que é o nome da sua casa (ou mansão). Na ida para
Skyfall eles vão com o carro clássico de Bond (Aston Martin) e eu passei mal por
que a cena é toda com a trilha original e clássica dos filmes.
Em Skyfall é revelado o nome dos pais de Bond e ele
reencontra o caseiro que toma conta da casa desde que Bond era pequeno. As
cenas na casa dele, apesar de nos revelar parte da história de vida do Bond,
pra mim são horríveis. Quando M começa a trocar as lâmpadas por pregos e Bond
começa a lacrar as janelas, eu rapidamente me recordei de Macaulay Culkin em
Esqueceram de Mim e pronto, acabou uma parte do filme pra mim ali. Não gostei
mesmo.
As explosões (tanto da casa quanto do carro) são ótimas, a
entrada do Vilão na cena da casa é excelente, mostrando que sim, o vilão é
louco. No final dessa cena, o vilão nos mostra que Freud explica seu
problema/loucura/obsessão por M. Bond o mata com uma faca nas costas e M morre
porque havia tomado um tiro (Dench se despede da serie após 18 anos).
Agora o final que deve ter deixado muitos fãs felizes! M
agora será Ralph Fiennes (que eu amo) e a volta da querida Moneypenny que é um
clássico na serie e eterna apaixonada por Bond (apesar de que ela nunca teve
nada com Bond e nesse filme dá a entender que tiveram qualquer coisa).
Por fim, achei o filme uma mistura de Batman e Esqueceram de
Mim com pinceladas de James Bond.